O Acre atravessa um momento crítico no combate à dengue. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) apontam um aumento alarmante no número de casos da doença neste ano. Até a primeira semana de outubro, o número de confirmações cresceu 125% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Siga o canal “TV Gazeta / Agazeta.net” no WhatsApp
O cenário é ainda mais preocupante diante da baixa cobertura vacinal entre crianças e adolescentes, faixa etária prioritária na atual campanha de imunização. Segundo a Sesacre, apenas 27.201 doses da vacina contra a dengue foram aplicadas até o fim de setembro, número bem abaixo da meta estadual de 75.573 aplicações.
Em Rio Branco, município com o maior índice de imunizações do estado, o resultado ainda está distante do esperado: a meta era ultrapassar 28 mil aplicações, mas apenas 4.700 pessoas receberam a primeira dose e 1.609 completaram o esquema vacinal com a segunda.
“Infelizmente, são baixas as coberturas vacinais. A vacinação do adolescente, de forma geral, para todas as vacinas, é muito baixa no nosso estado. Hoje, estamos com cerca de 28% de cobertura vacinal para a primeira dose e entre 13% e 14% para a segunda. A meta é atingir 90%”, explicou Renata Quiles, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Acre.
Os dados da Sesacre também revelam que as mulheres jovens são as mais afetadas pela doença: foram 1.428 casos confirmados, enquanto entre os homens da mesma faixa etária o número chegou a 1.130 diagnósticos.
Renata Quiles detalha ainda o motivo pelo qual o público de 10 a 14 anos foi escolhido como prioritário na vacinação.
“Antes de implantar uma vacina, o Ministério da Saúde faz um estudo para identificar qual é o público de maior risco e onde a vacina tem maior eficácia. O grupo com mais casos graves e mortes por dengue nos últimos anos foi o dos idosos, mas a vacina é indicada apenas até 59 anos. O segundo grupo mais atingido foi o dos adolescentes, principalmente por casos graves do tipo 2. Por isso, seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde, o público definido pelo Ministério da Saúde é de 10 a 14 anos.”
Além da vacinação, as autoridades reforçam a importância de eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, e de manter hábitos preventivos em casa e nas comunidades.