Um cachara, também conhecido como caparari, foi encontrado morto às margens do Rio Caeté, na zona rural de Sena Madureira, vem despertando dúvidas entre moradores e pescadores da região. Considerado um dos maiores peixes de água doce da Amazônia, o cachara tem papel fundamental no equilíbrio natural dos rios, atuando como predador e contribuindo para a manutenção da cadeia alimentar. Sua morte inesperada levanta preocupações sobre possíveis fatores
ambientais que possam ter afetado o ecossistema local.
Para as famílias ribeirinhas que dependem da pesca artesanal de subsistência, a presença do caparari é especialmente importante. Além de fornecer alimento, o peixe representa uma fonte tradicional de sustento e integra a rotina diária de quem vive das águas do Caeté. Qualquer alteração no comportamento ou na saúde das espécies do rio impacta diretamente essas comunidades, que acumulam saberes e práticas, passados de geração em geração.
O achado ocorreu no último final de semana, quando moradores que navegavam pelo rio em pequenas embarcações (canoa) avistaram o peixe boiando próximo à margem. Segundo relatos, o Rio Caeté havia registrado recentemente uma tromba d’água (repiquete), fenômeno comum na região e responsável por arrastar balseiros e galhadas. Entre esse material e o barranco, o cachara apareceu sem sinais evidentes que explicassem sua morte. A única marca observada foi um pequeno ferimento na região do rabo, insuficiente, segundo pescadores experientes, para justificar o desfecho.
Até o momento, nenhum órgão ambiental se pronunciou sobre o caso, e não há registros de anomalias que indiquem desequilíbrio ecológico na área. A ausência de explicações reforça a inquietação entre os ribeirinhos, especialmente entre aqueles que dependem da pesca com anzol, tarrafa e rede para sobreviver. Enquanto aguardam esclarecimentos, pescadores seguem atentos a qualquer mudança no rio, que é caudaloso e conhecido pela diversidade de peixes. O episódio, além de gerar espanto, destaca a necessidade de monitoramento constante dos recursos naturais que sustentam tantas famílias no interior do Acre.