Uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em prol da saúde e por anistia ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), poderia abrir brechas para eventual fuga do ex-presidente. A afirmação é do ministro do STF Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva de Bolsonaro na Superintendência da PF na manhã deste sábado.

“Ademais, considerando as técnicas empregadas por integrantes da organização criminosa, o tumulto nos arredores da residência do condenado, poderá criar um ambiente propício para sua fuga, frustrando a aplicação da lei penal”, sustentou o magistrado em decisão.

O pedido de prisão foi feito pela PF na sexta-feira após um vídeo do senador ser publicado, convocando apoiadores para a frente do condomínio onde Bolsonaro mora, em Brasília.

Segundo Moraes, as informações trazidas pela PF mostram que a concentração poderia ganhar “grande dimensão” com a junção de centenas de apoiadores.

Isso, conforme o ministro, poderia se estender por vários dias, se igualando às manifestações que aconteceram em frente a quarteis-generais, em todo o Brasil, após a derrota de Bolsonaro nas urnas em 2022.

Na determinação, Moraes cita ainda as fugas de aliados de Bolsonaro, como a deputada federal Carla Zambelli, o deputado Eduardo Bolsonaro – filho dele – e o deputado Alexandre Ramagem, condenado na mesma ação penal do golpe.

Ele menciona também a “possibilidade de tentativa de fuga para alguma das embaixadas próximas à residência” de Bolsonaro. A decisão mostra ainda que Bolsonaro “rompeu” a tornozeleira eletrônica que usava à 0h08.

Condenado a mais de 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe, Bolsonaro estava em prisão preventiva domiciliar no âmbito de um processo sobre obstrução de Justiça. O endurecimento da cautelar para a detenção na PF foi no mesmo processo de obstrução. O trânsito em julgado no caso do golpe ainda não chegou, mas isso deve ocorrer na próxima semana.