O Acre está entre os primeiros estados a sentir, já neste mês de dezembro, um novo reajuste na conta de energia, assim como Rondônia e Amapá, o estado deve enfrentar um aumento de dois dígitos, segundo informações divulgadas pelo Valor Econômico. O percentual exato, no entanto, ainda não foi informado pelas autoridades do setor.

Enquanto consumidores aguardam a definição dos novos valores, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) corre para avançar em outra mudança que pode transformar a forma como o país paga pela eletricidade. A agência pretende discutir, ainda este ano, a ampliação de uma modalidade tarifária com preços variáveis conforme o horário de consumo, um formato que favorece períodos de maior geração solar e encarece o uso no horário de ponta.
De acordo com o Valor, o diretor Fernando Mosna, relator do processo, planeja levar o tema para a diretoria colegiada em 9 de dezembro, quando deve ser aberta uma consulta pública sobre o modelo. A proposta busca alterar a lógica atual, na qual a maioria dos consumidores da baixa tensão, aqueles ligados diretamente à rede comum de distribuição, paga o mesmo valor independentemente do horário.
Com a variação horária, a tarifa ficaria mais barata durante a manhã e início da tarde, quando a oferta solar é maior e o custo de produção mais baixo. Já no fim do dia, com o aumento da demanda e a necessidade de acionar fontes mais caras, como termelétricas, o preço subiria.
A ideia se inspira na chamada “tarifa branca”, vigente desde 2018, mas cuja adesão sempre foi opcional e limitada. Agora, os técnicos da Aneel sugerem uma adoção automática a partir de 2026 para cerca de 2,5 milhões de unidades consumidoras que utilizam mais de 1 megawatt-hora por mês, um grupo que inclui grandes residências, indústrias, comércios e serviços públicos. Mosna, porém, pode apresentar uma proposta alternativa durante a análise.
Especialistas reforçam que o impacto no bolso não será igual para todos. Fatores como hábitos de consumo, estação do ano, região e tipo de carga influenciam diretamente o resultado. Mesmo entre os consumidores que optaram voluntariamente pela tarifa branca, os efeitos variaram conforme o período e o perfil de uso, além das diferenças aplicadas pelas distribuidoras em cada estado.
Da redação