Ônibus socado, água rala e mercado na tenda

Arre égua, Rio Branco tá mais esburacada que estrada de ramal no inverno. A rua tá tão ruim que até o GPS se atrapalha todinho e ainda pede desculpa antes de mandar a gente dobrar a esquina. No leme dessa geringonça tá o prefeito Tião Bocalom, cabra de fala atravessada, peito inflado e discurso que se diz moderno, mas que, quando a gente puxa o pano, exala aquele bafio de coisa velha, arcaica.

O homem fala luminoso, faz pose de progressista, mas governa na marra, com a delicadeza de trator atolado. Buraco no asfalto? Tem de ruma: do miudinho que engole chinelo ao bocão que já merece nome e placa. E o transporte público, vixe Maria? Ô negócio pra judiar do vivente. Ônibus mais socado que tambor de farinha em dia de feira, serviço essencial entregue de mão beijada pra tal de Ricco, que de rico só tem o nome, porque conforto ali é lenda antiga. É aperreio, atraso e respeito passando longe.

E não para por aí, não, compadre. Água tratada na capital? Quando chega, chega rala que só caldo de cana depois da chuva; quando falta, a torneira vira peça de museu. O povo paga, espera, se apega com santo e, às vezes, recebe. Outras vezes, recebe só conversa mole, que aliás, anda sendo a água mais distribuída dessa gestão.

No Mercado Elias Mansour, a prosa engrossou. Os comerciantes viraram “colonos” de tenda, escorraçados pra fora com a desculpa de uma reforma grande. Reforma essa que lembra obra que começa com foguetório e termina em silêncio funesto, só no tapume e na promessa. E agora o zum-zum-zum é privatizar mercado público, como quem passa galinha fiada na beira do ramal. O resultado? O povo do Aziz Abucater se arretou, subiu no tamanco e avisou sem rodeio: “aqui não, patrão”.

No fim das contas, a cidade vai levando no lombo: buraco na rua, sufoco no busão, água pingada e mercado desmontado. E o prefeito lá, firme no palanque querendo ser governador “nego véi”, fazendo pose de gestor arrochado, enquanto a vida do povão segue se quebrando toda. É isso, minha gente: em Rio Branco se promete progresso, mas se entrega é um forrobodó desmantelado, sem ensaio, sem compasso e com o povo pagando a conta.

Se isso é progresso, que alguém dê o toque no asfalto, no ônibus, na torneira e no feirante. Porque eles, coitados, até agora tão por fora da conversa.

Por Néscio Simplório 


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