Descoberta de espécie inédita de maracujá coloca Lago do Amapá no mapa da ciência e turismo do país

A Área de Proteção Ambiental (APA) Lago do Amapá, localizada em Rio Branco, vem se tornando um dos principais atrativos turísticos do Acre, atraindo centenas de visitantes nos últimos meses. Diante do crescimento da visitação, as secretarias de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete) e de Meio Ambiente (Sema) iniciaram estudos técnicos e diagnósticos para fortalecer as atividades desenvolvidas na região.

Com uma ampla área de floresta preservada, rica biodiversidade e paisagens naturais de grande beleza, a APA abriga diversas espécies de animais e plantas que encantam os visitantes.

Entre as curiosidades do local está a descoberta de uma nova espécie de maracujá, identificada a partir de um artigo publicado na revista científica Phytotaxa, em 2013.

A espécie, batizada de Passiflora acreana, foi identificada inicialmente em um projeto de iniciação científica desenvolvido por alunos do Laboratório de Botânica e Ecologia Vegetal da Universidade Federal do Acre (Ufac).

“A Passiflora acreana foi uma das 22 espécies de maracujá descobertas em terras brasileiras nos últimos 11 anos. Isso representa uma média de duas novas espécies por ano. A descoberta dessa espécie no Acre eleva para 163 o número de espécies do gênero registradas no Brasil e para 29 o total encontrado no estado”, explicou o botânico Marcos Silveira, coautor do artigo científico.

Na época, o pesquisador alertou para o risco de extinção da planta.

“Considerando que tanto a área de ocorrência quanto a de ocupação são quase exclusivamente restritas à APA, essa nova espécie surge na condição de criticamente em perigo. Embora a unidade cumpra seu papel de conservação, o fato de a planta existir apenas em uma área limitada a torna extremamente vulnerável”, destacou.

Outra pesquisadora envolvida na descoberta, Ana Carolina Mezzonato, descreveu as características da nova espécie:

“Verificamos que essa espécie é muito semelhante a outras quatro encontradas no Brasil, mas não no Acre. Sua principal característica distintiva está nas flores, que variam do branco ao lilás. Os frutos são amarelados quando maduros e o que a diferencia das demais é a corona, aquela parte central da flor do maracujá, coberta por filamentos em dez séries de tonalidades lilases, podendo apresentar ou não uma faixa branca. É uma flor muito bonita”, disse.

Conheça o Lago do Amapá
A APA Lago do Amapá possui cerca de 5.200 hectares e foi criada pelo Decreto nº 13.531, de 26 de dezembro de 2005. Entre seus objetivos estão a preservação e recuperação dos remanescentes da biota local, o incentivo à educação ambiental e o fomento ao ecoturismo.

A unidade de conservação é administrada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Sema-AC).

Os visitantes podem percorrer o lago de caiaque, realizar trilhas ecológicas, fazer piqueniques e conhecer a diversidade de árvores e espécies nativas da região.

Equipes da Sete e da Sema realizaram visitas técnicas nos dias 19 de setembro e 7 de outubro para avaliar as condições do espaço e planejar melhorias na infraestrutura turística.

“Estamos dando sequência ao diagnóstico na APA Lago do Amapá, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e a comunidade. O papel da Secretaria de Turismo é realizar esse levantamento, aprimorar a infraestrutura das trilhas e implementar sinalização turística — algo fundamental para quem visita o local”, afirmou Francismay Costa, turismólogo e técnico administrativo da Sete, em entrevista à Agência de Notícias do Acre.


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